Como Lidar com as Pessoas com Deficiência? Você Sabe?
Primeiramente, serão apresentadas aqui algumas orientações que as pessoas podem seguir durante suas interações com as pessoas com deficiência e suas famílias. Não são regras exatas, apenas algumas dicas baseadas em nossas experiências e nas experiências de outros profissionais da área, e levando também em consideração algumas dicas do artigo, “Como lidar com pessoas com Deficiência” elaborado pela Câmara dos Deputados.
Como chamar essas pessoas?
Como já foi explicado aqui em nosso artigo anterior, use o termo hoje mundialmente aceito: “pessoa com deficiência“ (física, auditiva, visual ou intelectual) ou até mesmo a abreviação PCD. Esqueça os termos como “portador de deficiência”, “portador de necessidades especiais ou “pessoa com necessidades especiais”, estes termos estão incorretos.
Os termos ”cego” e “surdo” podem ser utilizados. No entanto jamais utilizar termos pejorativos ou depreciativos como: “deficiente”, “aleijado”, “inválido”, “mongol”, “excepcional”, “retardado”, “incapaz”, “defeituoso”, “coitadinho”, “epilético”, etc.
Não utilize uma deficiência como forma de menosprezar outra pessoa, como por exemplo: “Esta tremendo tanto que parece um epilético”, “Seu mongol”, “Seu autista, vive em que mundo?”.
Não use o termo ”necessidades especiais”, pois um bebê tem necessidades especiais e não necessariamente tem uma deficiência, utilize “necessidades específicas”.
Alguns termos vêm sendo mudados por pesquisadores, como por exemplo utilizar a expressão atípico para qualquer deficiência neurológica, inclusive o autismo. E para pessoas sem deficiência a expressão neurotípico.
Evite o termo “normal”, a normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável e ultrapassado. Você pode usar também apenas o termo adolescente, criança ou adulto sem deficiência.
Já em relação a síndrome de Down, nunca fale apenas: Ele é Down?. Isso porque a nomenclatura está sendo mudada para T21 (Trissomia do 21) pelo fato de ser considerada pejorativa. Entenda mais sobre isso nesse artigo que escrevemos sobre isso aqui no site.
Há pessoas que consideram o termo “especiais”, como desatualizado ou até capacitista, ou não concordam com ele. Nós não achamos, e está tudo bem. Fica ao seu critério usá-lo ou não.
E em hipótese nenhuma se dirija a uma pessoa ou para alguém de sua família que está acompanhando a pessoa com deficiência, com as seguintes expressões: “Coitadinho”, “Qual o problema dele?”, “Judiação”, “É doentinho?”, “Qual o defeito?”, “É aleijado?”, “Tão lindo, pena que é deficiente”, “Ele é normal?”, “Nem tem cara de autista”. Essas frases são capacitistas e provavelmente, a maioria das pessoas com deficiência ou suas famílias não irão gostar.
O que é Capacitismo?
É a discriminação ou violências praticadas contra as pessoas com deficiência. É a atitude preconceituosa que hierarquiza as pessoas em função da adequação de seus corpos a um ideal de beleza e capacidade funcional. Com base no capacitismo, discriminam-se pessoas com deficiência. Trata-se de uma categoria que define a forma como pessoas com deficiência são tratadas como incapazes (incapazes de trabalhar, de frequentar uma escola de ensino regular, de cursar uma universidade, de amar, de sentir desejo, de ter relações sexuais, etc.), aproximando as demandas dos movimentos de pessoas com deficiência a outras discriminações sociais como o sexismo, o racismo e a homofobia.
Todavia, o que se chama de concepção capacitista está intimamente ligada à corponormatividade que considera determinados corpos como inferiores, incompletos ou passíveis de reparação/reabilitação quando situados em relação aos padrões corporais/funcionais hegemônicos. Atitudes capacitistas contra pessoas com deficiência refletem a falta de conscientização sobre a importância da inclusão e da acessibilidade para as pessoas com deficiência.
Entretanto, caso alguém queira se aprofundar sobre o tema, há um material muito bom elaborado pela ANDI – Agência de Notícias dos Direitos da Infância.
Contudo não há segredo sobre como lidar com as pessoas com deficiência, trate a pessoa com deficiência com respeito e empatia. Com isso, o mundo será um lugar melhor para se viver.
E compartilhe para que mais pessoas saibam disso.
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